A “social” dos aniversários em parques e praças
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Foto: Duorama |
Nunca imaginamos que um dia estivéssemos escrevendo aqui sobre “boas maneiras em festinhas de aniversários em parques e praças”. Mas do jeito que a coisa anda, o assunto acabou por tornar-se inevitável.
O boom de festas ao ar livre é visível – muitos de vocês já devem ter participado de algum aniversário nesses espaços públicos, ou ouvido falar de alguém que comemorou com um piquenique em uma praça ou parque da cidade.
Tudo lindo, tudo diferente, tudo bacana, mas na prática, está ocorrendo um fenômeno bem estranho. Aquela gentileza que lutamos para incutir na cabecinha dos nossos pequenos, aquele carinho de anfitrião que certamente a mãe da maioria de vocês deve ter ensinado, não têm sido vistos circulando por aí.
Temos recebido aqui Na pracinha e-mails relatando a indignação de famílias que têm sentido seu direito ferido, quando chegam a algum parque e lá está sendo realizado um aniversário no qual são vistos como penetras da festa. Eles nem sabiam que ali aconteceria uma festa!
Outro dia uma mãe nos relatou que quando seu filho chegou no parque e viu toda a parafernalha montada, logo soltou: “mãe, hoje aqui não é parque, hoje aqui é festa. Quero ir embora”.
Ok, diante dessa situação que parece estar cada vez mais comum, achamos importante colocar nesse post um pequeno manual de sobrevivência em festas ao ar livre. Vamos aos pontos:
Decoração:
O legal de fazer aniversário em parque e praça é justamente curtir o “cenário próprio” que eles oferecem. Portanto, vamos maneirar na decoração. Cuidado com materiais poluentes como balões, produtos em látex, papéis, para não prejudicar o meio ambiente. Também é importante atentar para evitar cenários que normalmente são usados em ambientes fechados – as pessoas que não fazem parte da festa sentem-se intimidadas com aquele espaço “transformado” em dia de aniversário. E há regras da Fundação de Parques Municipais que devem ser respeitadas, confira aqui.
Comidas:
A lista de convidados tem 40 pessoas? Prepare a comida para mais. Considere que você pode ter “novos convidados” no parque. Não, minha gente, não é de bom tom presenciar outras famílias no mesmo espaço em que você está, inclusive com crianças que não percebem a diferença de “fazer parte ou não da festa”, e não oferecer um suco, um pão de queijo, um pedaço de bolo. Afinal, somos mineiros ou não?
Brinquedos:
O parque por si só já é uma diversão! Deixe com que as crianças explorem o lugar. Mas, se você faz questão de colocar outros atrativos, como cama elástica ou piscina de bolinhas, permita que todas as crianças que estejam no parque possam brincar junto – e confira se é permitido junto ao órgão regulador.
Boas maneiras:
Chegou uma família que você não conhece para brincar no parque? Convide-a para participar das brincadeiras da festinha. Não vai doer nada e você vai proporcionar muita alegria para outras crianças. É isso que fazem as pessoas gentis, as pessoas que querem compartilhar e disseminar a alegria. E fazer aniversário em parque tem dessas vantagens: dá para fazer felizes, não apenas os convidados, mas os demais que ali estão. Aproveite a chance de fazer o bem!
Mobiliário e suportes:
Se você quer tornar o espaço mais aconchegante para os convidados, tome o cuidado para que o mobiliário não interfira na área comum do parque, prejudicando os demais frequentadores. O mesmo cuidado vale para os utensílios usados para os comes e bebes – já teve gente levando inclusive taças de vidro para o parque, que acabaram se quebrando e gerando aquele desconforto que vocês já imaginam. Muitos descartáveis também geram um volume gigantesco de lixo, então, pense em ideias criativas para a pessoa utilizar o mesmo copo, comidinhas tipo finger foods (que podem ser comidas com as mãos) etc.
Lembrancinhas:
Lembre-se de fazer um número maior também e distribuir para as crianças de “fora” que participarem da festinha do seu filhote. Isso, minha gente, chama-se gentileza e é algo que se multiplica. Certamente as pessoas que fizerem parte desse momento especial vão se lembrar com carinho de terem sido bem recebidas em uma festinha de quem ela não conhecia. E, vocês sabem, gentileza gera gentileza.
Agora, se você não está a fim de dividir os comes e bebes, não está disposto a cumprimentar e deixar à vontade as pessoas de fora que estiverem no parque ou não admitir dar lembrancinhas pra crianças que nunca viu na vida, por favor, pense outro lugar para fazer a festinha do seu filho – opções não faltam e as famílias agradecem!
Quer saber como organizar uma festa em parque? Clique AQUI.
4 comentários
Nossa, perfeito! Outro dia nos barraram pra usar o balanço!!! Pensei comigo, mas nem se fosse a familia do prefeito isso seria admitido kkkk Falei baixinho: quer que eu chame a policia? Isso aqui é p-ú-b-l-i-c-o.
Mas quem precisa mesmo aprender isto não deve conhecer este espaço (o Na Pracinha), precisa ser divulgado em maior circulação.
Adorei !!! também acho que esse texto deveria ser divulgado em outros meios, quem deveria ler isso não lê. As pessoas esquecem dessa tal gentileza.
Super pontuado! Outro dia cheguei a assembleia e estava acontecendo um enorme aniversário. Eu com meu pequeno de 1 tentei desvia ló de toda forma, mas a todo momento ele chegava por perto porque estava curioso; tantos balões, lembrancinhas, enfim. Percebi claramente que não éramos bem vindos. Fiquei super constrangida e resolvi ir embora porque o passeio de tanto choro por eu tira ló de perto , virou um tormento. Foi horrível .
Festa no parque só é boa para quem está na festa. Já presenciei “N” festas no parque e nunca vi essa tal de gentileza para com as crianças que não foram convidadas para a festa, muito pelo contrário. É importante ressaltar ainda que além da falta de gentileza, existe também a falta de noção espacial. Uma coisa é fazer festa no parque das mangabeiras, que é imenso. Outra coisa é festa em um parque pequeno de bairro com muitos convidados. Em várias ocasiões já presenciei 2 ou 3 festas acontecendo em um parque pequeno que, por sua vez, naquele momento, perdeu totalmente a característica de espaço público. Obviamente, nessas ocasiões, acabei indo embora, pois além de perder a liberdade de locomoção dentro do parque e de utilização dos brinquedos, fiquei me sentindo desconfortável como uma “penetra”, tendo em vista que 90% das pessoas que estavam ali foram convidadas. Essa modinha de festa em parque podia acabar logo para que nossas crianças possam voltar a brincar e correr pelos parques livremente sem ‘atrapalhar’ a festa de ninguém.